domingo, 13 de fevereiro de 2011

PSICOTERAPIA ANALÍTICA DE ADULTOS

A psicoterapia analítica assenta-se nos fundamentos que constituem o corpo teórico da psicologia analítica, criada por Carl Gustav Jung e pode ser entendida como um processo que facilita o indivíduo retomar o caminho da individuação, interrompido por causa de algum obstáculo que esteja impedindo o livre fluxo da energia psíquica.

Para Jung, esse bloqueio pode ser "uma fraqueza ou defeito constitucional, uma educação errada, uma experiência fracassada, uma atitude inconveniente". Essa interrupção do fluxo energético leva a pessoa a recuar face às dificuldades e problemas propostos pela vida, regredindo ao mundo da infância, regressão essa que mobiliza conteúdos inconscientes como uma forma de compensação pela unilateralidade da consciência.

Na realidade, não há parada mas desvio regressivo da energia. A dinâmica presente tem origem no conflito entre atitudes da consciência e a tendência do inconsciente. A incompatibilidade entre essas instâncias psíquicas e o fracasso temporário da psique na capacidade de promover a sua auto-regulação provocam uma dissociação moderada da personalidade que caracteriza a neurose.

Para Jung, a neurose é um movimento da alma na busca de sua cura. Trabalhando os sintomas que expressam o seu mal-estar psíquico:ansiedade, medo, depressão, culpa e conflito, o indivíduo torna-se consciente do que realmente é em contraposição ao que julgava ser, descobrindo a sua força, as suas potencialidades e os seus limites. Por isso, é válido dizer-se que a psicoterapia analítica tem por objetivo facilitar o indivíduo trazer para a luz de sua consciência os conteúdos inconscientes, que lhe causam desconforto psíquico, geralmente ativados pelo conflito intra-psíquico presente na neurose. Em outras palavras, a lidar criativamente com o seu próprio ser, mediante o despertar dos seus poderes criativos e curativos latentes.

A conscientização de elementos inconscientes é o início da retomada do processo de individuação, por meio do qual o indivíduo torna-se, dia após dia, o que ele já é.
Renato Welbert

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